quinta-feira, 29 de abril de 2004

segunda-feira, 26 de abril de 2004

26/04/2004

Nesta noite eu não dormi, e logo cedo coloquei um ‘twist’ e dancei na frente do espelho, vi o Sol nascer, vesti uma roupa normal que combinava e tomei café.

Cheguei na Universidade onde subi e desci as escadas por três vezes, não sei o motivo, talvez tenha exagerado no café. Assisti a uma aula de Latim e fui para casa andando e fazendo gestos e caretas. Acho que ninguém percebeu. Comprei quatro pães, comi um inteiro e o miolo de outro. Pensei em tantas coisas malucas, coisas tão malucas quanto as coisas que os malucos pensam. Pensei na possibilidade de estar enlouquecendo. Pensei e escrevi na agenda. Dormi um pouco. Tenho estado cansado. Só podia dormir por duas horas, dormi, e quatro horas depois fui acordado pelo meu amor que batia à porta. Fui atendê-la e ela já sentava à mesa. Ela conversava e ria. Ouvi sua voz e sorri. Peguei-a pelas mãos e a abracei. Penso nela todos os dias. Não é uma escolha. Talvez um vício. Acostumei a sonhar em duo, e agora agüento sozinho. Agradeci a visita. Muitos carinhos, mais um abraço. Pensei: Amo-te!...

Disse tchau!

Saudades

(Florbela Espanca)

Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!


Lamento, de Basquiat

("Lamento" - Basquiat)