quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Visitando a vovó

Casa da Monique

No dia 25 acordei às 18 h e pouco na casa do meu tio, e logo depois fui pra casa. Cheguei meio cansado, mal humorado e o Anníbal me falou pelo MSN que o Babu falou pra ele que tinha uma festinha na casa da Monique. Liguei pro Fabrício, passei na casa dele e pegamos o Anníbal na 28 e fomos. Chegamos lá e só estavam o Poti, o Babu e a Monique. Ficamos lá falando besteira bebendo e comendo pão e panetone. Ficamos mais ou menos uma hora, até que o pai da Monique nos informou que nós estávamos fazendo muito barulho e que a vizinha já havia ligado ameaçando de chamar a Polícia.

Casa do Babu

Então seguimos pra casa do Babuzinho. Ficamos lá falando merda, tocando violão, bebendo cerveja, champanhe, vinho, e uma "cachaça de areia de peixe", como disse o Poti. (vai entender!). Entre um arroto e outro eu recebo uma revelação muito significativa pra minha vida, Poti vira pra mim com seriedade, aponta o dedo pro meu rosto e diz:
— Por isso que todas as mulheres te abandonam!
Quase chorei! Todo mundo ficou bem sério, ficamos nos entreolhando, sem entender porra nenhuma!
A essa altura o Babu já estava só de samba canção. Então, o Fabrício falou:
— Vamos pra Feira dos Paraíbas! Hoje eu vou comer uma paraibinha!
— Eu quero uma de um metro, e sem dente!

Sem rumo

Fizemos o Babu se vestir e fomos! Chegamos lá e a Feira estava fechada! Então ficamos dando umas voltas, até levamos o Anníbal pra conhecer a Vila Mimosa. Na saída o Poti falou:
— Vamos pro Arpoador! O Rio de Janeiro todo está lá! Desde a plebe até a nata!
"Putaquiuparil"! Mas, de tanto ele insistir nós passamos por lá, mas como (quase) todos sabíamos, não havia uma viva alma por lá.
Estávamos já indo pra Barra quando o Anníbal falou:
— Vamos pra São Paulo!
E o Babu: — Vamos pra casa do Roberto
Poti: — Vamos pro SANA!
Fabrício: — Vamos pra Parati.
Eu: — Vamos pra Minas, pra casa da minha avó!
Fabrício: — Pô! São quantas horas de viagem?
Eu: — Ah! Umas 7/8 horas.
Fabrício: — Tem prima gostosa?
Eu: — Porra, moleque!
Passamos na minha casa, na do Poti e na do Anníbal pra pegar dinheiro, roupa e comida e partimos!

Na estrada

Foi só pegar a estrada que Anníbal já desmaiou, o Poti dormiu logo, e o Babu, para meu azar e do Fabrício, ficou acordado pra perguntar a todo o momento se estávamos chegando. Estavam os três primeiros atrás, e eu e Fabrício na frente, ele dirigindo.
Depois de quase três horas de viagem cruzamos o Paraíba do Sul e chegamos ao Estado de Minas. Aí a estrada ficou uma porcaria! Deu um leve desespero em todo mundo, principalmente no Fabrício. Falei pra ele: "Amigo! Vai dar tudo certo!".
O Babu enfim dormiu! Ficaram os três lá atrás dormindo bonitinho! O Babu no meio e os dois com a cabeça em seus ombros amigos! Foi fofo!
Já quase na metade da viagem os três acordam, o Anníbal todo alegre, como sempre, o Babu perguntando se estava chegando e o Poti mandando suas pérolas, eu já havia falado que nós não passaríamos por Belo Horizonte, aliás, não passaríamos sequer perto, sequer longe, mas sim, muito longe, ele perguntou se estávamos em Minas. Já estávamos havia quase duas horas. E ele disse:
— Aqui é Belo Horizonte?
— Não, Poti! A gente não passa por Belo Horizonte! E Belo Horizonte é uma cidade, e não um mato como esse!
— Ah! Em Belo Horizonte tem casa, essas coisas? Ruas...?
Sabe esses estrangeiros que acham que no Brasil tem São Paulo, Rio de Janeiro e o resto é só mato? Então, o Poti é brasileiro, mas pensava igualzinho.
Paramos em uma parada de ônibus pro Fabrício ligar pra casa, e fomos ao banheiro. O Poti foi o último a chegar e nós nos escondemos, fomos com o carro pra trás do estabelecimento. Depois de uns cinco minutos ele achou a gente:
— Pô! Já estava achando que vocês tinham me deixado aqui!
(rs) Tadinho!
Daí segui dirigindo, aproveitei que todos dormiram e corri o máximo que deu!
Paramos de novo faltando três horas pra chegar, tomamos um café, juntamos nossas moedas e compramos um pão com lingüiça pra dividir! (rs)
Babu toda hora cochilava e acordava desesperado:
— Pelo amor de Deus: Tá chegando?
Após ele perguntar umas 15 vezes nós realmente estávamos chegando! Acordamos o Poti pra ele se por apresentável, sem aquela touca de velha rendeira e chegamos.

Chegamos

Não sei porque, todos começamos a discutir a geografia os bairros da Tijuca, Vila Isabel e Andaraí, mas abandonamos a conversa tão logo ela foi dominada por Poti e Babu que a sustentaram com calor durante uns 40 minutos. Eu não fiquei pra ver, mas o Anníbal disse que foi assim com o Babu falando assim:
— Ah, é? Então da próxima vez eu vou trazer um mapa da Tijuca pra te mostrar!
Sem comentários!
Depois que todos estavam comidos, depois de conversar com o pessoal, matar um pouco a saudade, contar e ouvir as novidades, pedi pro meu primo pra selar um cavalo porque o Babu tava doido pra andar. Pra ele montar no bichinho foi uma novela! Coitado! Coitado do cavalo, é claro!
Fomos até a casa de um tio meu e o pessoal ficou andando de cavalo por lá... O Fabrício é o mais elegante! Tipo "João Pessoa", "Fernando Pessoa"... Rodrigo Pessoa! - como ele mesmo disse! O Poti parecia que estava dirigindo um ônibus, com os braços bem levantados, parecia que estava com furúnculo no sovaco!
Anníbal foi quem mais se amarrou em andar de cavalo. Nunca tinha andado. Como é o mais espertinho toda hora dava um jeito de ir à cavalo enquanto nós íamos à pé.

São João do Oriente

À noite fomos pra cidade fazer amigos! Ou pelo menos essa era a intenção, se é que você entende! Chegamos lá na humildade, mas o Babu meteu logo uma touca de bandido e foi pro bar sozinho com maior cara de mau. Foi lá só pra meter medo nos outros. Muito babaca mesmo!
Eu, Anníbal e Fabrício ficamos tramando várias maneiras de nos aproximarmos: Dançando salsa, dançando axé, dançando tango, dançando só no improviso da dança contemporânea... Acabou que ficamos tanto tempo nos divertindo com essas idéias que foi todo mundo embora! Ops! Quase todo mundo! Ainda tinha umas feiosas na praça. Umas feiosas, e duas bonitinhas escondidas. Então, fomos pra praça. Chamei logo uma menina que o Fabrício estava de olho e comecei a 'fazer amizade', tentando colocar na fita dele. Mas, a menina era tímida. Nós tínhamos achado que não era só porque ela estava se esfregando com outra no meio da praça...
Como só eu falava, ela acabou me dando mole. Mas, tão bobinha que até resolvi deixar pra lá.
Quando estávamos indo embora nos despedimos e a menina foi pra casa correndo com a amiguinha dela, e o Poti gritou:
— Se parar eu vou aí!
Ela continuou correndo até o final da rua, parou de correr e entrou andando na rua onde mora e o Poti foi correndo atrás. A gente esperou um pouquinho e já perdemos a paciência, queríamos ir pra casa e deixá-lo lá. Mas fomos atrás dele e ele estava lá dando uns beijos de apaixonado na menina. Que bonito! Deve ter rolado até uns "Eu te amo"!
Fomos embora, o Anníbal dirigindo e o Fabrício no caput curtindo o frio do campo, aquele céu maravilhoso a 50 Km/h, quando chegamos na estrada de terra eu peguei a direção e o Fabrício continuou lá, mas começou a ficar ruim pra ele porque o carro balançava muito e ele mal se equilibrava, sem contar com a lama que voava nele, ele pediu pra parar pra ele entrar e eu não parei, e ele foi se arrastando pra entrar pela janela pra delírio dos espectadores. E o Anníbal gritando:

— Caralhô! É o Chuck Norris!

O moleque conseguiu entrar pela janela, que só estava aberta até a metade, e virou herói da noite!

As abelhas

Acordamos e fomos para a casa do meu tio Luís, onde se passou a cena mais tragicômica da viagem! Estávamos conversando sob a jabuticabeira, sentados, falando da vida, quando de repente o Babu vem correndo por trás de nós se debatendo todo, fazendo uma cara de desesperado com os olhinhos cheios de lágrimas e a boca tremendo. Nossa única reação foi um "Que porra é essa?" E o Babu disse correndo:

— Ah! Bá! Ba-bu-baába... ui! ... Abelha!

Então nos tocamos que ele estava coberto de abelhas e com uma nuvem imensa atrás dele!
E alguém gritou "Corre!"
Depois vimos que meu priminho estava na mesma situação! Todo coberto de abelhas! E o Anníbal mandando ele tirar a roupa...
Minha prima o levou pro chuveiro e ficou tirando as abelhas que ficaram presas no cabelo dele. Levou vários ferrões na cabeça e no corpo. Teve até febre à noite.
O Babu também ficou na merda. Ficou com ferrão até dentro do nariz. Mas, apesar de tudo foi impossível conter o riso!

Fim

Depois fomos embora e passamos na casa de dois outros tios. Fomos pra casa pra nos preparar pra viagem.
Tô com mais saudade daquele lugar e daquelas pessoas do que estava antes de ir!
Nove horas de viagem e chegamos ao Rio. Ah! Passamos por uma cidadezinha e o Poti voltou a perguntar se aquilo era Belo Horizonte!

sábado, 22 de outubro de 2005

A um amigo

É, meu amigo! Eu sei que foi um golpe! Acostumado a sentir-se o dono do mundo, de repente você se sente sem chão, perde o Norte, a paz! Mas, não perca a Fé! Algo bom te espera na próxima curva, ou na próxima esquina! E não espere um circo, um escarcéu! Talvez uma flor, uma estrela, um sorriso, um "nada": O Mundo te quer feliz! Eu quero te ver bem! A Vida tende a ser boa pra quem é como você!

Você tem o direito de ficar triste, mas, não fique assim por muito tempo! Sinta plenamente esse fogo no seu peito que queima como álcool, mas não embriaga, ao contrário: te aguça os sentidos, te faz mais esperto e puro. Chame este fogo de "inspiração": É a sua alma reagindo, é a febre do coração, a febre da alma.

Quanto a ela... Ela não voltará!...

O que realmente quero lhe dizer, meu amigo, é que a vida nem sempre é fácil, e não tem que ser. A vida tem que ser bonita, e é!

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

A Montanha Mágica

Nesses dias quentes de Primavera-quase-Verão fico meio deslocado no espaço e no tempo, tentando me equilibrar entre os dias e as noites.


Me perco entre meus 17 a 22 anos. Parece que durante esse tempo vim acumulando emoções que deviam ser superadas e negligenciei coisas e pessoas que deviam 'ser' para sempre, ou para um momento, que seja! Perdi referências, muitas, e me sinto perdido nas minhas próprias memórias, nos meus devaneios... Ando em círculos! Minhas certezas são cada vez mais efêmeras, mas, talvez isso seja até bom. Ou não? Ando flertando com a ansiedade, e a ansiedade é algo que, se bem me conheço, não tem nada a ver comigo! ... Se bem me conheço!

A ansiedade nasce da ignorância: ignoramos que somos completos, não importa o que nos falte! A falta... a falta faz parte!

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Distraído? Eu?

Quem convive comigo sabe o quanto eu sou esquecido e desligado às vezes. Ainda mais nos dias mais cheios: passando a noite em claro, saindo de casa de manhãzinha pra trabalhar, indo direto pra faculdade, passando em casa pra jantar e zarpando pra academia. Depois de três dias com a agenda assim, não há cérebro que agüente!


Num desses dias eu passei em casa pra almoçar e tal, e enquanto estava escovando os dentes aproveitei pra separar uns documentos que eu tinha que levar pra faculdade, contrariando o primeiro mandamento dos esquecidos: "Não farás duas coisas ao mesmo tempo!" Peguei os documentos coloquei na mochila, peguei a chave e saí. Já na calçada, trancando a porta de casa, lembrei que estava escovando os dentes. Com a escova na boca, cheia de espuma.

domingo, 14 de agosto de 2005

Vagando no submundo dos mortos

Ontem encostaram uma pistola na cabeça e me mataram!

Quando dei por mim estava em um lugar próximo, andando sem saber pra onde ao lado de uma amiga que estava comigo na hora de minha morte. Ela era a única pessoa ou coisa conhecida ali, e estava estranhamente alegre! Isso me chocou: Um amigo acaba de morrer e ela fica alegre...? Talvez ela acreditasse que eu estivesse melhor onde eu estava. Ou talvez ela acreditasse ter ganho um protetor. A verdade é que eu não sabia o motivo de sua alegria, mas, já não estava mais chocado. Ela com sua leveza me tranqüilizou, então entendi que sua intenção era essa. Fiquei um pouco mais com ela, e me despedi sem palavras, e saí, procurando meu caminho.

Quando eu tinha carne e osso acreditava que ao desencarnar tudo seria fácil. Um eterno dia de domingo no parque, de vez em quando alguma tarefa angelical, e quando chegasse a minha hora voltaria a Terra pra cumprir meus carmas que adquiri em vidas passadas. Algo como a novela "A Viagem", sabe?

Vagando ainda na Terra, entre vivos e mortos, sem saber diferenciá-los com clareza, sem um guia espiritual que acreditava merecer, desesperado. Em vida, nunca me vi tão sem esperança! Pensei: "Já era, maluco! Virei assombração!"

Então, vi um balcão no meio do nada, com um casal de atendentes. Uma fila não muito grande, mas muito demorada. Aquilo não podia ser do mundo dos vivos, então entrei na fila pra ver que raio de balcão é aquele. Após alguma demora chegou minha vez:

— Oi, eu morri!

E a atendente disse:

— Claro que morreu, por isso você está aqui, para dar baixa e ver pra onde você deve ir.

Ê, burocracia da porra! Eu tentava me manter o mais calmo possível, mas o mais calmo possível já era quase chorando! Tentei dar um jeitinho... Pra viver mais, sabe? Falei baixinho:

— Senhora! Eu quero muito viver mais, eu não fiz muito do que acreditei ser meu destino. Na verdade não fiz quase nada!

Notei pela sua reação que minha volta à vida não era algo impossível. Houve um minuto de silêncio, e ela consultou com os olhos o seu colega de trabalho que ouvia a conversa. Então ele tomou a palavra:

— E de quanto tempo você precisa, meu filho?
— Ah! Acho que seu eu morrer aos 70 eu morro bem!

Ele riu alto, sem querer ser cruel, mas, ferindo as minhas esperanças e o meu orgulho.

— As coisas não são assim! Você morreu porque tinha que morrer! Se você quiser mesmo voltar a gente dá um jeitinho, mas, a morte vai te buscar no mais tardar à uma hora da madrugada!

— Cacildis! E isso me dará quanto tempo?
— Você morreu às 22 h, e vai voltar às 22 h.

Teria então, no máximo, três horas de vida. Me perguntei se eu teria consciência de que minhas horas estavam contadas. E o que faria nas minhas três últimas horas? Abraçaria minha mãe... tomaria um banho quente. Foram os dois desejos que se manifestaram na hora. Poderia talvez me despedir de algumas pessoas que foram importantes na minha vida. Ah! De fato eu não queria fazer isso! Afinal, todos a quem eu amo sabem disso, e tem idéia do quanto. E por algum motivo eu acreditava que falar com muitas pessoas mudaria o equilíbrio natural das coisas. Outra coisa que me preocupava era a possibilidade de ter uma morte meio ridícula. Eu poderia escorregar no banheiro e bater a cabeça por dançar como um idiota no chão ensaboado. Quantas vezes eu já quase caí assim? Não! Não quero arriscar! Prefiro a minha morte heróica! Foi muito mais legal!

Me afastei daquele balcão de repartição pública do terceiro-mundo-dos-mortos e segui sem rumo, chorando com medo de virar encosto. Oxi! Tá amarrado! Mas, pior seria ir pro Inferno! Seria melhor ter morrido sem conhecer Dante. Deu um medo! Mais do que em qualquer fé, eu pensava na "Divina Comédia". Talvez meus pecados nem sejam tão graves, talvez eu vá para o Purgatório, para o lugar destinado aos mortos por violência.. Ah! Não sei!

Andei, andei, andei... até chegar a um lugar onde eram raras as almas, encarnadas ou não, continuei andando, andei até desmaiar ou dormir. Acordei em um lugar onde não havia luz, ouvia sons como de máquinas gigantescas que passavam longe de mim, umas indo, outras vindo, pessoas gritavam e falavam alto com uma alegria rude. Ouvia sons abafados de explosões com intervalos irregulares e vindos de direções distintas. A superfície onde me encontrava era macia, mas, meu corpo estava desconfortável! Fiquei observando os sons por algum tempo. Então levantei, fui até a janela. Estava no Morro da Mangueira e era uma noite escura. Uma gente esquisita bebia no bar da esquina e fazia muito barulho...

Sentei-me na cama e pensei:

Tenho que salvar minha alma! Na próxima vez que eu morrer pode ser fatal!

quarta-feira, 13 de julho de 2005

Dei sinal para o ônibus. Iria para a casa de uma amiga em Botafogo. 464. Subi. Passei na roleta. Procurei um lugar pra me sentar.


— Ah! Tem um lugar ali! — pensei! — Ai! Essa gente que senta no corredor...!

Era um senhor, talvez, chegando à terceira idade. Judeu ortodoxo, todo de preto e com aquele chapéu. Tinha consigo uma mala preta que acomodou ao seu lado, no lado da janela. Uma mala ocupando o lugar que deveria ser meu! — Salá maleico, aleluia! Râmela-râmela! Posso passar? — Ele pegou a maleta, virou as perninhas e eu passei. Me acomodei e relaxei. Com a testa colada no vidro fiquei viajando na correnteza do Rio Maracanã, como sempre, até chegar na Praça da Bandeira onde o Rio é coberto. Olhei para a maleta e... — Cadê o barbudo? Vixe! Esqueceu a mala! — Olhei pela janela e o tiozinho já ia longe com as mãos no bolso. Gritei pro motorista parar e desci com a maleta. Corri até alcançá-lo. Coloquei a mão direita em seu ombro: — Senhor! — Quando ele se virou eu tomei o maior susto da minha vida! Era ele: Osama Bin Laden! Olhei perplexo e disse: — Pô! Osama! Com essa roupa de Rabino é sacanagem! — Ele ficou sem graça, sem palavras! Eu coloquei a mala em seu peito, entregando-a a ele. Ele arregalou os olhos assustado! Eu juntei A mais B e disse: — Fudeu! — Corri como jamais havia corrido! Em câmera lenta, é claro! — Nãããããããããããooooooo! — E "boooooom"! Você já viu "A Senha"? Se não viu, imagine a melhor cena de explosão possível! E eu voei de cabeça para baixo, e por sorte caí bem... bem em cima de uma gorda que estava no ponto de ônibus. Só fiquei um pouco ralado. Olhei para trás (close no meu rosto, por favor) e com um sorriso de meia boca e uma vaidade meio escondida, olhei para um vendedor ambulante que admirava a cena, perplexo, ao meu lado e disse: — Aí, maluco! Matei o Osama!

segunda-feira, 11 de julho de 2005

O médico disse...

O médico disse pra eu não tocar nem bateria imaginária! Achei engraçado! Só depois, em casa, percebi que era sério!

"Nada de tocar bateria", "nada de andar de bicicleta", "evite escadas", "aplique gelo" e "faça esses alongamentos ao acordar e antes de dormir". "Ainda não é crônico, mas pode ficar". Putz! Pena que foi logo agora que estou com uma energia fora do comum! Acho que hoje vou a casa de uma amiga pegar uns livros emprestados! Às vezes eu pego minha agenda telefônica e fico folheando, escolhendo a vítima. Um violão seria ótimo! Estou apaixonado por uma música do Chico! Sabe? Eu... gosto muito dele!

Estou ensaiando uma "coreografia" patética pra apresentar no dia 30. A música é "Você é doida demais". Ótima, né? Melhor que a música é a minha sina! Quero dizer: minha cena! Eu com uma roupa ridícula, interpretando dramaticamente a música de Lindomar Castilho. Tem até cena de choro! Dançar que é bom, só no sentido figurado. Engraçado é que o professor vai lançar duas "coreografias". A outra, de samba no pé, ele fará, a do Lindomar Castilho ele achou melhor que eu fizesse, porque eu tenho "cara de cínico".

Uma amiga me falou: "por que você não arruma uma fratura na perna". Fratura eu não consegui providenciar, mas essas tendinites estão me maltratando!

sexta-feira, 1 de julho de 2005

Metas para o semestre

  1. Voltar a estudar
  2. Escrever mais
  3. Estudar o Xintoísmo, o Budismo, o Zen-Budismo, o Confucionismo, Taoísmo, Brandismo, Macumbismo etc.
  4. Deixar o cabelo crescer
  5. Ficar na galinhagem enquanto um novo (ou velho) amor não chega
  6. Telefonar para os amigos
  7. Sair nos finais de semana e perder a linha
  8. Alugar uns filmes, agora que não tenho mais TV à cabo
  9. Manter meu quarto e o estúdio arrumados e limpos
  10. Trabalhar mais; Parar de trabalhar à noite
  11. Lembrar que tenho um sítio e voltar a passar finais de semanas lá; convidar uns amigos legais
  12. Praticar futebol e vôlei
  13. Pegar onda
  14. Ir à Floresta de vez em quando
  15. Comprar um celular
  16. Organizar meus documentos
  17. Jogar coisas fora, doar roupas velhas...
  18. Dar um jeito na minha bicicleta
  19. Aprender a dançar forró
  20. Estudar técnicas de bateria diariamente
  21. Pagar minhas contas antes do vencimento
  22. Ser gentil
  23. Me vestir com as roupas que mais gosto e não com a primeira que eu ver
  24. Ir à Minas
  25. Tirar muitas fotografias
  26. Arrumar um violão e aprender a tocar "Você vai me seguir" do Chico Buarque, entre outras
  27. Criar o hábito de almoçar
  28. Comprar uma cama
  29. Concertar minha TV
  30. Parar de fazer uma social com pessoas de quem eu não gosto
  31. Tomar menos café
  32. Ver se aquela loirinha me dá mole (Dar mole pra ela)
Continua...

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Crise

Eu perdi alguma coisa da minha essência! Perdi, não: Esqueci! E foi por não lidar honestamente com a dor de uma perda. Talvez se eu tivesse alguém ao meu lado pra me dizer pra ser sincero com minha dor, alguém que me fizesse chorar... Mas, eu estava sozinho! Com pessoas por perto, mas em um estado psíquico chamado "solidão". Um muro! Um vício! E nesse momento de fraqueza eu optei pela tranqüilidade que só os fracos desejam, e pela primeira vez na vida eu fui um fraco. E foi justamente por tentar ser forte! Fiquei forte como pedra! Forte, frio e sem vida: como uma pedra!

Não quero que cessem as tribulações da vida! Quero força, graça e coragem! 

Volto agora à minha senda que abandonei! E peço à Deus apenas que me ajude a purificar minha alma, e me ajude a reaprender a amar, a cada dia, e nada mais. Que venha a mim o que for para mim!

Acho que o momento crítico passou, encontrei novamente meu caminho, agora tenho que conquistar meu equilíbrio para trilhá-lo com alegria e dignidade. Acho que cantar e dançar no chuveiro, como um louco, é um bom sinal! Essa agitação que me deixa sem dormir também há de ser um sinal, assim como o fato de eu voltar a escrever neste "blog"! Esse fogo que sinto no meu peito, sem mais nem menos, também é um sinal de que algo está mudando, ou, apenas, voltando ao seu lugar!

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Macete!

O pessoal da minha rua estava jogando bola na laje do meu vizinho da frente, meu primo que também mora na mesma rua chegou e tocou a campainha. A porta da casa tinha um "macete" pra abrir. E lá de cima o dono da casa falou:

— Tá no macete! Chama o Marcílio!

E o meu primo foi me chamar gritando:

— Macete! Macete!

sexta-feira, 13 de maio de 2005

O telefone imaginário

Acordei com o telefone tocando...

— Alô!
— Seu José está?
— Está sim! Vou chamar!
— Pai! Pai!
... ...


Ouvi meu pai gritar bem distante:



— Marcílio! Marcílio! — distante, e cada vez mais próximo e mais alto — Marcílio! Marcílio!

E eu respondi:



— Oi!
— Atende o telefone!
— Alô!... Alô!... Alô!

Ninguém respondia.

Meu pai gritou novamente e eu acordei com o telefone imaginário na mão. Acordei e peguei o telefone de verdade
.