quinta-feira, 25 de novembro de 2004

Pontualidade


Uma vez eu estava ensaiando com o Babu e outros amigos pra tocar em uma festinha. Ele sentiu fome e disse:

— Cara, eu preciso comer!
— Espera aí, Babu, só vamos acertar essa música!
— Não dá, maluco! Eu almoço sempre nessa hora!
— Que hora?
Babu olhou disfarçadamente pro relógio e disse:
— Meio-dia e treze!

domingo, 21 de novembro de 2004

Qual é o número da casa da Bruxa do 71?

Ontem eu fui na melhor festa em que eu já fui ontem em toda a minha vida em Bangu! Antes de chegar houve problema pra saber o número da casa. É que o endereço foi passado pro Babu, e chegando lá ele ficou meio perdido. Depois de tentar ligar pra algumas pessoas e de andar pela rua pra procurar barulho de festa, o Babu revela a informação preciosa:

 Ele  o aniversariante  disse que é o mesmo número da casa da Bruxa do 71!
 E porque você só tá falando isso agora, Babu?
 Ah! Sei lá qual é o número da casa da Bruxa do 71!

Ainda justificou: 



 — Pô! Tem maior tempão que eu não vejo Chaves!...
...

terça-feira, 9 de novembro de 2004

A Terra...


A Terra é o planeta mais conhecido do mundo!

terça-feira, 2 de novembro de 2004

Final de semana em Itaguaí

Passamos o fim de semana no sítio: Eu, Thiala, Rodrigo e Roberto.

Descemos hoje de lá, mas em vez de virmos pro Rio fomos em direção às praias da Costa Verde. A idéia era ir à Conceição de J-alguma-coisa, mas quanto mais nós andávamos pior ficava o tempo. Faltando 22 quilômetros pra Conceição de Não-Sei-o-Que nós contornamos e decidimos ficar na primeira praia pela qual passamos, em Muriqui. Muito bonita! Então, fizemos isso. Chegamos lá, Thiala e Rodrigo sentaram-se na mesa de um restaurante e pediram algo, eu e Roberto ficamos olhando pra água, e olhando pra ilha... Eu disse: "Vamos lá na ilha?" O Roberto não acreditou em mim (como sempre), mas disse: "Vamos!" E fomos! "Ê, correnteza marvada"! De vez em quando a gente se pendurava na corda de alguma âncora pra poder descansar... "Ê, sede marvada! Quando chegarmos lá vamos tomar uma cerva! Ou um quente? Uma cerva!" Enfim: Chegamos! Fomos andando em direção ao píer que fica no ponto da ilha que é mais próximo da cidade. No caminho encontramos um bar bacaninha, tava rolando peixada, Araketo, sinuca e cerveja. Pedimos uma cerveja. Começamos a beber e o dono do bar nos ofereceu um prato de peixe cozido. Dizer não pra sorte? Jamais! Sentamos na calçada com a cerveja e o prato de peixe - que feio, né? -, mas não tinha mais lugar nenhum! Acabou a cerveja, pedimos outra, e outra... e outra. Bateu maior onda! Aliás, lugar pra dar 'onda' é aquele! Aliás, nós ficamos foi bêbado mesmo! Detalhe: nós tínhamos que atravessar um bom pedaço à nado! Agradecemos e nos despedimos. Seguimos pro píer. Seguimos por terra, por água, pela varanda dos outros, pelas pedras que cortam os pés... Chegamos perto do píer e entramos na água. Havia um carinha chegando de canoa. Eu perguntei se ele poderia nos levar até o outro lado, ele disse que naquela hora ele não poderia mais. Porém, "tem barco que atravessa por um real, é logo alí!" Nada de barco! Já viu criatura mais onipotente que homem bêbado? "Vamos nadando, neguin! Nadar bêbado que é bom!" "Vamos!" E fomos! Chegamos no primeiro barco, que estava a um quarto do trecho e eu já cismei que nós estávamos na metade, enquanto isso o Roberto se pendurava no leme da embarcação. "Vamos? Vamos!" Voltamos a nadar, eu primeiro. O Roberto disse que estava cansado de me esperar, que eu nado devagar. Gente! Eu não nado devagar! Acontece que, além de ser fiscal da natureza e morar a 100 metros da praia, ele saiu do Corpo de Fuzileiros Navais tem pouco tempo! Ah! Sem contar que ele tem quase dois metros!... Então... Ele me alcançou mais-ou-menos no meio do trajeto... Estávamos cansados. Dava pra chegar, mas estávamos cansados. Nisso, um iate vem se aproximando e o capitão da embarcação nos oferece carona. "E aí, Roberto? Vamos?" Nadamos como nunca pra alcançar o barco! Subimos e em dois minutos chegamos no Iate Club. Antes de atracar a embarcação nós já pulamos para o Iate Club agradecendo. Na saída um funcionário perguntou: "Não querem a chave do banheiro? - Ah! Sim! Queremos!" Saímos de banho tomado. Compramos pão. Chegamos no restaurante e Rodrigo e Thiala estavam muito putos com a gente! E nós ,cheios de alegria, cheios de amor, cheios de cerveja na mente, não nos afetamos muito com aquele climinha. Já na estrada, até sugeri que parássemos na cachoeira! Imagina: Passar em frente a uma cachoeira enorme e não ter a decente curiosidade de conhecê-la de perto! É dizer 'não' pra vida! Pois é! Seguimos na Rio-Santos.. Logo: Engarrafamento... Thiala não tirou mais o fone do ouvido. E eu e Roberto de palhaçada! ... Avenida Brasil!... Deixei Thiala e Rodrigo em casa. Deixei Roberto no ponto. Cheguei em casa.

Estou mais arranhado que parede de cela de cadeia! Mais arranhado que mesa de dama em praça pública! Encontrei um carrapato no meu braço agorinha mesmo. Minha pele está ardida! Meus pés estão com as grossas solas furadas e cortadas. Juro: Faz tempo que não me sinto tão bem! Ê, vida boa!

sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Somos energia...

"Nós somos energia! Sério! Nós somos átomos! Não totalmente, mas parte de nós é átomo!"

(Poti)

Sarará piolho

Não foi ninguém que me contou, foi um amigo que viu! Numa festa 'Noite de Baco', estava tocando Sandra de Sá: "Os meus olhos coloridos / Me fazem refletir ..." Babu estava contagiado com a música, balançando o esqueleto, sacudindo a pança, esperando o refrão, a única parte da música que ele sabia cantar. Então: "Sarará piolho"! De novo: "Sarará piolho!" Mais alto: "SARARÁ PIOLHO". "SARARÁ PIOLHO"!

Babu ganhou pontos com quem achou que era brincadeira. Mas a a maioria no salão quase parou! Babu notou que todos o olhavam, foi parando lentamente, parou, encostou na parede, disfarçou, foi ao banheiro, bebeu água, disse que estava cansando e foi pra casa.

terça-feira, 31 de agosto de 2004

Hoje o Pepino entrou com tudo!

(no cenário musical)
É! Hoje foi a estréia da Pepino Del Mar nos palcos. Apesar de já havermos tocado no dia 28 no Sobrado Cultural em Botafogo, preferimos dizer que a estréia se deu no SESC-Tijuca. Muitos amigos foram. Isso foi muito bom. Se os amigos soubessem a importância da presença deles nesses momentos... Enfim, quem pode ir foi. Minha mãe por exemplo: semana passada eu disse a ela "Mamãe, a senhora vai nos ver no SESC?", aí ela disse "Ai, meu filho, eu vou ter um imprevisto justamente nesse dia!", meu pai disse que teria que marcar médico no mesmo dia e na mesma hora... Mas quem mais desanimou foi minha amiga Luciana! Eu perguntei se ela iria e ela disse que não queria me ver passar vergonha. Essa magoou profundamente! Mas, tudo bem! O importante é que o Pepino só faz crescer! A apresentação foi boa! Obrigado! Mas, o chopp superou as expectativas. Muito obrigado aos que foram nos ver, e principalmente, muito obrigado a quem pagou o 'chops' que eu consumi!

Nota: Estreamos com a seguinte formação, Adriano, Albérisson, Anníbal, Fernando Júnior (Babu saiu), eu e Nelson.

sexta-feira, 23 de julho de 2004

O biscoito que é a sua cara

Adriano estava consertando o computador de uma cliente. Levava sempre sua bolsinha estilo fotógrafo onde carrega seu material de trabalho, e tinha no bolso um pacote de biscoitos Traquinas.

Após trabalhar por longo tempo em posição muito desconfortável, levantou-se e foi até a janela para descansar a coluna e respirar um pouco. Nisso, um grupo de meninas — bonitas e tal — passou pela rua. Adriano, profissional como é, não dedicou muita atenção às meninas e voltou-se para dentro da sala. A professora viu que ele havia ido à janela, olhou pela janela e viu as menina, olhou pro Adriano, olhou pro biscoitão dele, reparou no volume e disse:

— Adriano! Eu gostaria, enquanto você estiver trabalhando aqui, que você não ficasse olhando as mulheres que passam na rua!

Adriano, inocentemente disse retirando o biscoito do bolso:

— Não, Professora! Isso é só o meu Traquinas!", e voltou ao trabalho.

sexta-feira, 16 de julho de 2004

O Retorno do Pepino

Pois é! Voltei pro Pepino! Após cinco meses fora da banda e agüentando o Poti, fui convidado a retornar ao projeto, ou retomar o projeto junto com os outro integrantes. Com os mesmos integrantes e mais alguns.

Já estamos cuidando da produção artística das apresentações, pois as músicas já estão, quase todas, afiadas. Muito teatro e literatura, interpretação dramáticas das músicas de Anníbal Centurion, em uma banda onde a pluralidade de formações e de gostos é visível e admirável (o tango casa muito bem com o reggae, a mistura de samba com hardcore é homogênea).

O projeto é interessante. Feito por pessoas interessadas.

A formação da banda é a seguinte:

Eu (bateria), Babu (guitarra), Nelson (teclado), Albérisson (baixo), Anníbal (voz e violão) e Adriano (cavaquinho).

sexta-feira, 9 de julho de 2004

Chega de Café com Porão

Ontem eu toquei com o Café com Porão (Poti, voz e violão; Babu, guitarra; Albérisson, baixo; Nelson, teclado; eu, batetia e Edmar, percussão). Foi lá no SESC Tijuca. Foi a primeira e a última vez. Fala sério! Não tenho tempo a perder com gente sem direção... Mas, falando sobre a apresentação:

Gostei! Gostei mesmo! Meu retorno ficava quase inaudível quando eu descia o braço com mais violência, mas deu pra tocar bem. Muito bem! Gostei! Babu estava muito inseguro... Albérisson estava completamente sério! O Nelson ficava me olhando, esperando alguns comandos...! Já o percussionista, que eu esperava reger, só me olhava de sacanagem...! Poti falou muita merda!!! Muita! comportou-se mal e ... vestiu-se mal, mas eu não sou crítico de moda, certo? Enfim: Saí da banda!

Saí levando muitas coisas boas, por exemplo: o tecladista, o guitarrista, o baixista...

Caraca!!! Fica aí um desabafo: Cara! Quantas vezes eu lhe disse pra ouvir as pessoas, pra nos ouvir! pra ouvir pessoas sérias! Mas é foda! Tem gente que só sabe ouvir elogios! E o fim... eu sei qual será o fim: Ficará cercado de pessoas leigas que se admiram facilmente, pessoas deslumbradas, lunáticas, ou ainda, pessoas que não são amigas suficientemente pra dizer o que pensam!...

Enfim: O meu caminho é O Meu Caminho! e EuQControloMeuGuidom!!!

segunda-feira, 28 de junho de 2004

Histórias chocantes de Zé Mariquinha

(histórias venéricas verídicas)

Zé Mariquinha é um primo de meu pai, mora em Rondônia, é viúvo, tem três filhos e quatro netos, vive da plantação de guaraná. O nome, ou melhor, apelido, de "Mariquinha" vem de sua mãe, que se chamava Maria, nome do qual Mariquinha é diminutivo na linguagem caipira.

Zé veio ao Rio há uns quatro anos para tratar da saúde de sua esposa.

Eu sei que vocês não vão acreditar, mas...


1.
Uma vez, estávamos todos na sala assistindo o Globo Reporte, o programa tratava da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Rondônia.

Zé se empolgou ao reconhecer os lugares por onde andava, se empolgou mais ainda ao ver uma árvore sobre a qual ele já havia falado conosco. Uma árvore realmente imensa, com o tronco oco onde foram feitas janelas e porta.

Mariquinha, no intuito de ver e nos mostrar o teto da árvore, ia se abaixando na frente da T.V., frustrado, esperou um angulo melhor e... Tum!

De testa na tela! Doeu até em mim.


2.

Num dia de sol, estávamos indo não sei aonde: eu, meu pai, meu cunhado e o Zé.

Um de nós falou com outro que aquele bairro era Humaitá... Pronto! O Zé disparou:

— Humaitá, Humaitá!... Aqui que mora Humaitá?! Rapaz, mas ele luta demais da conta, bobo!
...

Pra quem não entendeu: Humaitá = O Mike Tyson


3.
Sobre TV há ainda outro caso. Estávamos assistindo à novela das oito, cujo a história se passava em Veneza. Zé se encantou com aquela cidade dentro do mar e exclamou a sua esposa:

— Alá muié, é água!!!

E minha mãe, com ar didático endossou:

— É Zé, isso aí é Veneza.

Então, Zé prontamente se "corrigiu":

— Ah! Né água não, muié, é veneza.

Tuffos, o Lenhador, na cidade grande

1.

Estava eu, acompanhando a Thiala e o Tuffos na clínica onde Thiala fazia uns exames.

Eu e Tuffos estávamos na sala de espera. Enquanto Thiala estava no quarto tomando soro, um dos médicos veio falar com Tuffos. Eu não ouvi a conversa...

Depois, quando Thiala já havia voltado, Tuffos, sempre com olhar e voz de quem está impressionado, nos contou:


— Cara, o médico veio falar comigo... Eu fiquei todo arrepiado!


E eu e Thiala, receosos por alguma notícia ruim, perguntamos:

— Por quê? O que aconteceu?
— Não sei, acho que era o ar condicionado. Muito frio!
— ...
— ... ...
— P.Q.P.!..."


2.

A Escolha da Profissão
Tuffos e Thiala estavam dando uma olhada na listagem de vagas para graduação na UERJ, e Tuffos disse:

— Aqui, Thiala!! Acho que vou fazer Latim!
— Latim? Pra quê? Agora você quer ser professor??
— Não! Mas com uma segunda língua eu posso trabalhar em uma multinacional.
— ...

segunda-feira, 14 de junho de 2004

O Trem Suspenso de Alta Velocidade

Quem já foi no Barra Shopping já viu o trenzinho que circula por lá. Pra quem nunca viu, é o 'protótipo' do Trem Suspenso de Alta Velocidade do Conde. Lembra?
Pois é!...

Meu cunhado, Adriano, recém chegado de Guarujá, estava passeando no tal Shopping. Quando quis ir embora não tardou em escolher o trenzinho como condução. Pensou consigo: "Aí, maluco! vou ver qualé que é!" e deu uma olhada no itinerário do trem: Dentre vários nomes observou 'Lagoa' e 'Praça XV', e disse: "Pô! Praça XV é legal pra mim, chegando lá é mole!" e entrou. - Esperto que só! - Não se deu conta de que a 'Praça XV' referida ali é um dos não sei quantos 'Níveis' do Barra Shopping.

Enfim, ficou todo bobão pelo transporte tão moderno e ainda por cima gratuito. Embarcou e relaxou. Após chegar ao mesmo ponto de onde havia partido, ainda sem entender nada, pensou em perguntar para alguém: "Aí! Esse trem não é o 'Praça XV'?" Pensou melhor... Pensou mais um pouquinho... Percebeu que estava fazendo merda, saltou com a maior cara de bunda, pegou um ônibus e foi embora.

sexta-feira, 11 de junho de 2004

(des)Conhecimentos Gerais

(Bia e Rita)

— Sabia que lá na China quando uma criança nasce ganha um monte de origames?
— Origames? ... Ah! aquele negócio que a gente joga e ele volta!
— ...
— ...
— Não! Isso é bumerangue! E bumerangue não é da China, é daquele lugar onde tem canguru!

sábado, 5 de junho de 2004

Diálogos com Ítalo


Mamãe! Nós temos que escolher outro lema!!
— É filho? Por quê? Você não gosta mais do nosso?
Não! Nós não podemos machucar uma vaca!!
— Machucar uma vaca??? ... ? ... ? ... Não filho! Não é 'machuque uma vaca'! É Hakuna Matata!
.....................................................................
— Olha lá, Ítalo! Um pé de manga!
É. Mas tá cu.
— (risos) Não é cu! É cru. E não é cru, é verde!
É verde porque tá cu!
— Ítalo, não é cu, é cru.
Currrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!
.....................................................................
Papai, me dá dinheiro pra eu comprar 'pelolito' no 'Maionel'!!
.....................................................................
— Ítalo! fala 'banana':
Batata!
— Banana!
Batata!
— Fala Ba-!
Ba-!
— Nã-:
Nã-!
— Na:
Na!
— Banana:
Batata!!

sábado, 15 de maio de 2004

O Incrível Jogador de Bola-de-Gude Que Mira com os Ouvidos: Eu

Uma vez eu estava jogando bolinha-de-gude com um amigo. Sempre fui um grosso nesse tipo de brincadeira. Jogávamos no campinho que tem perto da minha casa, um campinho que fica no meio de uma ladeira. Uma ora joguei a bolinha com estupidez maior que a de costume e ela rolou ladeira a baixo. Fui atrás e a encontrei em um lugar de onde não se tinha a visão do campinho, então gritei:

— TUTY!!!
— O quê?!
— Fica perto da sua bola!
— Pra quê?
— Vai pra perto da sua bola e dá um grito que eu vou tentar acertar!

Ele riu, mas foi. E gritou:

— A BOLA TÁ AQUI!
— Tá na sua esquerda ou na sua direita?
— Na minha direita!
— ... Faz o seguinte: se abaixa e dá um grito pertinho da bola!
— Tá aqui, porra!!!
...
— Agora sai de perto, cabeçudo!

E eu joguei...

...
 "TEC"

Corri lá pra cima pra conferir, realmente acertei. Aí eu ri até cair no chão. Imagina!

Mas, você acredita que o maluco me fez voltar a jogada? Pois é! O cara de pau alegou que eu tinha feito "ganso":



— Você esticou o braço! Pode voltando! E vê se joga direito!
— ... ? ...
... ... ...
— ... P.Q.P.!!!

E.T.s F.D.P.!

Era uma noite de clima muito agradável... Eu estava dormindo, muito bem por sinal. Bem até demais! Quando por algum motivo entrei naquele estágio do sono em que conseguimos fazer algumas observações com certa consciência. Reparei que eu não estava encostado na cama, não estava encostado em nada. "— Caramba! Eu estou voando!".


E... "POOOU" na cama!


Caí! Caí sobre minha cama fazendo um barulho absurdo. É claro que ninguém acordou, pois os alienígenas haviam sedado a todos com alguma técnica de tele-hipnose que nós, terráqueos, ainda desconhecemos.

Não entendo porque, mas depois que eu acordei eles não insistiram na abdução. Naquele momento eu fiquei atordoado, não sabia se era um sonho ou se era real, e eu estava tão chapado com aquela hipnose que não resisti e dormi.

Os únicos sinais que eles deixaram foram: uma seqüela muito doida, resultado da tele-hipnose que, se frustrada (como foi), causa danos terríveis ao cérebro; e aquela maldita dor na perna, resultado da queda, que me deixou manco por dois dias.


Tenho certeza de que pra eu curtir um sono tão gostoso naquela noite, me aplicaram o golpe "boa noite, terráquio". 


Extra-terrestres filhos da puta! Vocês me pagam!!!

O Disco-Voador da Good Year

Às vezes a gente conta umas mentiras só pra fazer graça, mas aquilo acaba se tornando "verdade".

No último ano do século passado as pessoas estavam muito preocupadas com o 'Final dos Tempos'. Será que os sinais viriam dos céus?

Eu estava em São João do Oriente, no leste de Minas. Era noite e a macacada da minha família fazia aquela bagunça na sorveteria da cidade. De repente vi surgir no céu o dirigível da Good Year que sobrevoava aquela região de Ipatinga à Caratinga havia mais de uma semana. Mas acho que era a primeira vez que ele passava à noite com aquelas luzes acesas clareando todo o balão e nos remetendo à figura de um disco-voador.

Aí eu aproveitei:

— CARACA!... OLHA O DISCO-VOADOR!

Eu só queria ser engraçado. Eu juro! Não queria fazer ninguém chorar! Mas foi a maior gritaria, a maior choradeira que eu já vi. Tinha gente dizendo aos prantos: "É A PRIMEIRA VEZ QUE EU VEJO UM DISCO VOADOR"...

Como há um morro bem alto na cidade e o Zepelim estava prestes a sumir por trás dele, eu previ o "desaparecimento do O.V.N.I." e cochichei com meu primo:

— Pô! Agora que ele vai "desaparecer nos céus" a mineirada vai pirar!

Dito e feito! Quem buscava outras explicações, nesse momento aumentou o coral dos que "pela primeira vez estava vendo um disco-voador":

— "UAI! O trem ta sumindo!... Rapaizi!... CREDO EM CRUZ, AVE MARIA!... Alá!... SUMIU!"

... O clima foi de êxtase. Fiquei sem graça de dizer que eles haviam acabado de participar da maior pagação de mico coletivo do mundo.

... ... ...

Até hoje tem gente que vem me falar daquele disco-voador... Ninguém merece!

sexta-feira, 7 de maio de 2004

O atropelamento

Hoje passei por uma experiência que julgo inesquecível, um acontecimento que elevou minha alma e meu corpo, elevou a aproximadamente dois metros. Sim! Hoje, pela primeira vez: Fui atropelado!


Estava voltando elegantemente da minha aula de Psicologia da Educação (aula que eu julgava tão incômoda quanto um atropelamento), quando já na calçada da UERJ vi, uns duzentos metros adiante, uma mulher gritando e apanhando bonito de um malandro, virei a cara e pensei: "que feio, um casal caindo na porrada no meio da rua!". Dei mais uns passos e percebi que a mulher lutava para manter consigo sua bolsa e gritava por socorro. Era um assalto! Nisso, comecei a correr em direção a eles, quando, um outro homem, na direção contrário a minha, também percebeu o assalto e tomou a mesma atitude, o bandido, espertamente calculou as distâncias de seus dois perseguidores e fugiu na direção do que estava mais distante: Eu. Enquanto corríamos feito dois cavaleiros medievais, dois kamikazes, dois antílopes etc., eu pensava se voaria no seu peito e na sua cara, ou se aplicaria uma rasteira. Em atitude de desespero, ele decidiu atravessar a rua, mesmo sem saber se vinha ou não algum carro, pois havia um ônibus enguiçado numa das pistas tirando assim tanto a sua visão da rua quanto a minha. Era melhor arriscar, e ele arriscou. Atravessou sem nenhum problema. E eu pensei "seja o que Deus quiser" e...

Era um carro preto, reparei a cor enquanto eu voava, pensei também na minha aterrissagem: "Como será?". O atropelamento em si até me pareceu macio. Enfim, após algum tempo e algumas reflexões sobre as aulas de Psicologia, pousei! Poderia ter sido melhor, mas poderia ter sido muito pior. Cheguei ao chão, mas continuei girando... Parei. Fiquei menos tempo estatelado no chão do que havia ficado suspenso no ar.

Levantei-me com as pernas trêmulas. Primeiro procurei meu tênis, reparei que minha calça estava vergonhosamente rasgada e eu vergonhosamente sujo. Uma multidão de meia dúzia de cinco pessoas me cercou, todos preocupados e atenciosos, me ofereceram ajuda, carona, perguntaram várias vezes se eu estava bem...: "E as pernas...?"; "Respira fundo!"; "Estufa o peito!"; "Vamos pro hospital!"; "Vamos pra UERJ"...

Acabei aceitando do meu atropelador, uma carona até minha casa, não por não me sentir fisicamente bem para andar, mais porque eu estava com um aspecto desonroso, poderia até bagunçar o cabelo e dizer que sou 'punk', mas a idéia da carona me pareceu mais razoável.

Cheguei à casa e havia uma mulher pedindo roupa para alguma campanha de caridade, mas quando ela me viu —coitada! —, achou que a situação ali estava braba e foi embora.
... ... ...
Minha mãe me disse que eu não tenho que "dar uma de herói". Dispenso esse tipo de comentário. Não dá pra ser indiferente nesses casos tão absurdos.
... ... ...
Afinal: Indignar-se com injustiças não faz mal a ninguém! Atropelamento é que faz!

quarta-feira, 5 de maio de 2004

Uma foto velhinha...

Eu sou o ridículo de preto. Os outros ridículos são: Adriano (a perua
rasta), Leandro (a Vovó Mafalda), e Léo (o roqueiro milionário).

Essa foto é velhinha, é da época em que eu pintava o cabelo de acaju e
usava óculos escuros e jaqueta preta.

segunda-feira, 3 de maio de 2004

A Dramática Entrada (e saída) do Pepino em Minha Vida

(sem piadinhas, por favor)


Introdução (no bom sentido)

Pepino del Mar é (ou era) uma banda de rock pesado, muito nervosa, porém romântica e cheia de lirismo, com influências das mais bregas personalidades da música popular (e não popular) brasileira e paraguaia, entre outras.
A banda foi criada (recriada, destruída e criada de novo) por Anníbal, rapaz mimado, e competente artista residente em Niterói.

Como entrei no Pepino

No início do segundo semestre de 2003 baixei o MSN e procurei por alguns amigos, encontrei a Luciana e a partir dela o seu irmão, Anníbal. A partir daí nós três passamos a conversar quase todos os dias. Anníbal soube do meu interesse por Literatura e pediu que eu o ajudasse a escolher alguns textos para ilustrar ainda mais o sentimento de sua banda. Antes que eu começasse a pesquisar, Anníbal me convidou para integrar a banda, o antigo baterista estava tendo dificuldade em conciliar os horários da faculdade, dos ensaios da banda, e de sei lá mais o que. Então, em setembro do mesmo ano passei a fazer parte da única banda (que eu conheço) que pertence à classe dos holoturóides equinodermos.

A formação do Pepino

Eu (bateria, percussão, cafezinho e piadinhas ordinárias);
Babu (guitarrista, faxineira e "bode expiatório");
Albérisson (baixo, dancinhas esquisitas, 'strip-tease' e insanidades avulsas);
Anníbal (voz, violão, reclamações infundadas e caretas engraçadas).
Triel (iluminação e comentários impertinentes);
Tinha também o trio de metais: bombardino, trombone e sax.

Quem gostava do Pepino

Anníbal; Babu; eu; Thiago e Triel; O Albérisson, após um ano de ensaios estava começando a gostar; Tem também o Roberto, que odiava a banda, mas passou a gostar depois de ouvir várias vezes o CD e tomar muito chá de cogumelo no SANA.

Quem não gostava do Pepino

Todos que ouviram, exceto os citados acima.

Como saí do Pepino

Menos de um mês antes da data prevista para a nossa estréia, no SESC Tijuca, deu-se o seguinte:
Estávamos a caminho do SESC, eu, Thiago, Anníbal e Triel. Anníbal me enchia o saco (com o perdão da expressão) porque eu não queria carregar sua bolsa. Por mais de cinco minutos ele me torturou com sua imprudente chatice. Enquanto ele me tentava, eu pedia para que ele parasse, tentava me distanciar mais ele colava em mim (e isso deixa qualquer cristão injuriado)... Na calçada estreita da Felipe Camarão ele me empurrava para a rua em direção aos carros...
Minha raiva acabou em um soco apliquei em seu peito... Aí começou a baixaria, ele, passional como sempre, fazia aquela cena parecer briga de namorados, falou um monte, virou e foi embora. Uma semana depois descobri que a banda havia "acabado"...

Considerações finais

Anníbal está tentando formar outra banda pra tocar suas músicas, mas jamais haverá outro Pepino como aquele.
Os três intrépidos sopradores continuaram com ele, assim como o Triel, cuja opção sexual continua sendo um enigma para todos.
Eu, Albérisson e Babu estamos em uma nova banda com o amigo Poti. O nome da banda é Café com Porão.
Tuffos (o lenhador) continua na cidade grande, e sonha um dia voltar para a floresta. Mas ele não tem nada a ver com essa história.

quinta-feira, 29 de abril de 2004

segunda-feira, 26 de abril de 2004

26/04/2004

Nesta noite eu não dormi, e logo cedo coloquei um ‘twist’ e dancei na frente do espelho, vi o Sol nascer, vesti uma roupa normal que combinava e tomei café.

Cheguei na Universidade onde subi e desci as escadas por três vezes, não sei o motivo, talvez tenha exagerado no café. Assisti a uma aula de Latim e fui para casa andando e fazendo gestos e caretas. Acho que ninguém percebeu. Comprei quatro pães, comi um inteiro e o miolo de outro. Pensei em tantas coisas malucas, coisas tão malucas quanto as coisas que os malucos pensam. Pensei na possibilidade de estar enlouquecendo. Pensei e escrevi na agenda. Dormi um pouco. Tenho estado cansado. Só podia dormir por duas horas, dormi, e quatro horas depois fui acordado pelo meu amor que batia à porta. Fui atendê-la e ela já sentava à mesa. Ela conversava e ria. Ouvi sua voz e sorri. Peguei-a pelas mãos e a abracei. Penso nela todos os dias. Não é uma escolha. Talvez um vício. Acostumei a sonhar em duo, e agora agüento sozinho. Agradeci a visita. Muitos carinhos, mais um abraço. Pensei: Amo-te!...

Disse tchau!

Saudades

(Florbela Espanca)

Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!


Lamento, de Basquiat

("Lamento" - Basquiat)