quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Visitando a vovó

Casa da Monique

No dia 25 acordei às 18 h e pouco na casa do meu tio, e logo depois fui pra casa. Cheguei meio cansado, mal humorado e o Anníbal me falou pelo MSN que o Babu falou pra ele que tinha uma festinha na casa da Monique. Liguei pro Fabrício, passei na casa dele e pegamos o Anníbal na 28 e fomos. Chegamos lá e só estavam o Poti, o Babu e a Monique. Ficamos lá falando besteira bebendo e comendo pão e panetone. Ficamos mais ou menos uma hora, até que o pai da Monique nos informou que nós estávamos fazendo muito barulho e que a vizinha já havia ligado ameaçando de chamar a Polícia.

Casa do Babu

Então seguimos pra casa do Babuzinho. Ficamos lá falando merda, tocando violão, bebendo cerveja, champanhe, vinho, e uma "cachaça de areia de peixe", como disse o Poti. (vai entender!). Entre um arroto e outro eu recebo uma revelação muito significativa pra minha vida, Poti vira pra mim com seriedade, aponta o dedo pro meu rosto e diz:
— Por isso que todas as mulheres te abandonam!
Quase chorei! Todo mundo ficou bem sério, ficamos nos entreolhando, sem entender porra nenhuma!
A essa altura o Babu já estava só de samba canção. Então, o Fabrício falou:
— Vamos pra Feira dos Paraíbas! Hoje eu vou comer uma paraibinha!
— Eu quero uma de um metro, e sem dente!

Sem rumo

Fizemos o Babu se vestir e fomos! Chegamos lá e a Feira estava fechada! Então ficamos dando umas voltas, até levamos o Anníbal pra conhecer a Vila Mimosa. Na saída o Poti falou:
— Vamos pro Arpoador! O Rio de Janeiro todo está lá! Desde a plebe até a nata!
"Putaquiuparil"! Mas, de tanto ele insistir nós passamos por lá, mas como (quase) todos sabíamos, não havia uma viva alma por lá.
Estávamos já indo pra Barra quando o Anníbal falou:
— Vamos pra São Paulo!
E o Babu: — Vamos pra casa do Roberto
Poti: — Vamos pro SANA!
Fabrício: — Vamos pra Parati.
Eu: — Vamos pra Minas, pra casa da minha avó!
Fabrício: — Pô! São quantas horas de viagem?
Eu: — Ah! Umas 7/8 horas.
Fabrício: — Tem prima gostosa?
Eu: — Porra, moleque!
Passamos na minha casa, na do Poti e na do Anníbal pra pegar dinheiro, roupa e comida e partimos!

Na estrada

Foi só pegar a estrada que Anníbal já desmaiou, o Poti dormiu logo, e o Babu, para meu azar e do Fabrício, ficou acordado pra perguntar a todo o momento se estávamos chegando. Estavam os três primeiros atrás, e eu e Fabrício na frente, ele dirigindo.
Depois de quase três horas de viagem cruzamos o Paraíba do Sul e chegamos ao Estado de Minas. Aí a estrada ficou uma porcaria! Deu um leve desespero em todo mundo, principalmente no Fabrício. Falei pra ele: "Amigo! Vai dar tudo certo!".
O Babu enfim dormiu! Ficaram os três lá atrás dormindo bonitinho! O Babu no meio e os dois com a cabeça em seus ombros amigos! Foi fofo!
Já quase na metade da viagem os três acordam, o Anníbal todo alegre, como sempre, o Babu perguntando se estava chegando e o Poti mandando suas pérolas, eu já havia falado que nós não passaríamos por Belo Horizonte, aliás, não passaríamos sequer perto, sequer longe, mas sim, muito longe, ele perguntou se estávamos em Minas. Já estávamos havia quase duas horas. E ele disse:
— Aqui é Belo Horizonte?
— Não, Poti! A gente não passa por Belo Horizonte! E Belo Horizonte é uma cidade, e não um mato como esse!
— Ah! Em Belo Horizonte tem casa, essas coisas? Ruas...?
Sabe esses estrangeiros que acham que no Brasil tem São Paulo, Rio de Janeiro e o resto é só mato? Então, o Poti é brasileiro, mas pensava igualzinho.
Paramos em uma parada de ônibus pro Fabrício ligar pra casa, e fomos ao banheiro. O Poti foi o último a chegar e nós nos escondemos, fomos com o carro pra trás do estabelecimento. Depois de uns cinco minutos ele achou a gente:
— Pô! Já estava achando que vocês tinham me deixado aqui!
(rs) Tadinho!
Daí segui dirigindo, aproveitei que todos dormiram e corri o máximo que deu!
Paramos de novo faltando três horas pra chegar, tomamos um café, juntamos nossas moedas e compramos um pão com lingüiça pra dividir! (rs)
Babu toda hora cochilava e acordava desesperado:
— Pelo amor de Deus: Tá chegando?
Após ele perguntar umas 15 vezes nós realmente estávamos chegando! Acordamos o Poti pra ele se por apresentável, sem aquela touca de velha rendeira e chegamos.

Chegamos

Não sei porque, todos começamos a discutir a geografia os bairros da Tijuca, Vila Isabel e Andaraí, mas abandonamos a conversa tão logo ela foi dominada por Poti e Babu que a sustentaram com calor durante uns 40 minutos. Eu não fiquei pra ver, mas o Anníbal disse que foi assim com o Babu falando assim:
— Ah, é? Então da próxima vez eu vou trazer um mapa da Tijuca pra te mostrar!
Sem comentários!
Depois que todos estavam comidos, depois de conversar com o pessoal, matar um pouco a saudade, contar e ouvir as novidades, pedi pro meu primo pra selar um cavalo porque o Babu tava doido pra andar. Pra ele montar no bichinho foi uma novela! Coitado! Coitado do cavalo, é claro!
Fomos até a casa de um tio meu e o pessoal ficou andando de cavalo por lá... O Fabrício é o mais elegante! Tipo "João Pessoa", "Fernando Pessoa"... Rodrigo Pessoa! - como ele mesmo disse! O Poti parecia que estava dirigindo um ônibus, com os braços bem levantados, parecia que estava com furúnculo no sovaco!
Anníbal foi quem mais se amarrou em andar de cavalo. Nunca tinha andado. Como é o mais espertinho toda hora dava um jeito de ir à cavalo enquanto nós íamos à pé.

São João do Oriente

À noite fomos pra cidade fazer amigos! Ou pelo menos essa era a intenção, se é que você entende! Chegamos lá na humildade, mas o Babu meteu logo uma touca de bandido e foi pro bar sozinho com maior cara de mau. Foi lá só pra meter medo nos outros. Muito babaca mesmo!
Eu, Anníbal e Fabrício ficamos tramando várias maneiras de nos aproximarmos: Dançando salsa, dançando axé, dançando tango, dançando só no improviso da dança contemporânea... Acabou que ficamos tanto tempo nos divertindo com essas idéias que foi todo mundo embora! Ops! Quase todo mundo! Ainda tinha umas feiosas na praça. Umas feiosas, e duas bonitinhas escondidas. Então, fomos pra praça. Chamei logo uma menina que o Fabrício estava de olho e comecei a 'fazer amizade', tentando colocar na fita dele. Mas, a menina era tímida. Nós tínhamos achado que não era só porque ela estava se esfregando com outra no meio da praça...
Como só eu falava, ela acabou me dando mole. Mas, tão bobinha que até resolvi deixar pra lá.
Quando estávamos indo embora nos despedimos e a menina foi pra casa correndo com a amiguinha dela, e o Poti gritou:
— Se parar eu vou aí!
Ela continuou correndo até o final da rua, parou de correr e entrou andando na rua onde mora e o Poti foi correndo atrás. A gente esperou um pouquinho e já perdemos a paciência, queríamos ir pra casa e deixá-lo lá. Mas fomos atrás dele e ele estava lá dando uns beijos de apaixonado na menina. Que bonito! Deve ter rolado até uns "Eu te amo"!
Fomos embora, o Anníbal dirigindo e o Fabrício no caput curtindo o frio do campo, aquele céu maravilhoso a 50 Km/h, quando chegamos na estrada de terra eu peguei a direção e o Fabrício continuou lá, mas começou a ficar ruim pra ele porque o carro balançava muito e ele mal se equilibrava, sem contar com a lama que voava nele, ele pediu pra parar pra ele entrar e eu não parei, e ele foi se arrastando pra entrar pela janela pra delírio dos espectadores. E o Anníbal gritando:

— Caralhô! É o Chuck Norris!

O moleque conseguiu entrar pela janela, que só estava aberta até a metade, e virou herói da noite!

As abelhas

Acordamos e fomos para a casa do meu tio Luís, onde se passou a cena mais tragicômica da viagem! Estávamos conversando sob a jabuticabeira, sentados, falando da vida, quando de repente o Babu vem correndo por trás de nós se debatendo todo, fazendo uma cara de desesperado com os olhinhos cheios de lágrimas e a boca tremendo. Nossa única reação foi um "Que porra é essa?" E o Babu disse correndo:

— Ah! Bá! Ba-bu-baába... ui! ... Abelha!

Então nos tocamos que ele estava coberto de abelhas e com uma nuvem imensa atrás dele!
E alguém gritou "Corre!"
Depois vimos que meu priminho estava na mesma situação! Todo coberto de abelhas! E o Anníbal mandando ele tirar a roupa...
Minha prima o levou pro chuveiro e ficou tirando as abelhas que ficaram presas no cabelo dele. Levou vários ferrões na cabeça e no corpo. Teve até febre à noite.
O Babu também ficou na merda. Ficou com ferrão até dentro do nariz. Mas, apesar de tudo foi impossível conter o riso!

Fim

Depois fomos embora e passamos na casa de dois outros tios. Fomos pra casa pra nos preparar pra viagem.
Tô com mais saudade daquele lugar e daquelas pessoas do que estava antes de ir!
Nove horas de viagem e chegamos ao Rio. Ah! Passamos por uma cidadezinha e o Poti voltou a perguntar se aquilo era Belo Horizonte!