quarta-feira, 13 de julho de 2005

Dei sinal para o ônibus. Iria para a casa de uma amiga em Botafogo. 464. Subi. Passei na roleta. Procurei um lugar pra me sentar.


— Ah! Tem um lugar ali! — pensei! — Ai! Essa gente que senta no corredor...!

Era um senhor, talvez, chegando à terceira idade. Judeu ortodoxo, todo de preto e com aquele chapéu. Tinha consigo uma mala preta que acomodou ao seu lado, no lado da janela. Uma mala ocupando o lugar que deveria ser meu! — Salá maleico, aleluia! Râmela-râmela! Posso passar? — Ele pegou a maleta, virou as perninhas e eu passei. Me acomodei e relaxei. Com a testa colada no vidro fiquei viajando na correnteza do Rio Maracanã, como sempre, até chegar na Praça da Bandeira onde o Rio é coberto. Olhei para a maleta e... — Cadê o barbudo? Vixe! Esqueceu a mala! — Olhei pela janela e o tiozinho já ia longe com as mãos no bolso. Gritei pro motorista parar e desci com a maleta. Corri até alcançá-lo. Coloquei a mão direita em seu ombro: — Senhor! — Quando ele se virou eu tomei o maior susto da minha vida! Era ele: Osama Bin Laden! Olhei perplexo e disse: — Pô! Osama! Com essa roupa de Rabino é sacanagem! — Ele ficou sem graça, sem palavras! Eu coloquei a mala em seu peito, entregando-a a ele. Ele arregalou os olhos assustado! Eu juntei A mais B e disse: — Fudeu! — Corri como jamais havia corrido! Em câmera lenta, é claro! — Nãããããããããããooooooo! — E "boooooom"! Você já viu "A Senha"? Se não viu, imagine a melhor cena de explosão possível! E eu voei de cabeça para baixo, e por sorte caí bem... bem em cima de uma gorda que estava no ponto de ônibus. Só fiquei um pouco ralado. Olhei para trás (close no meu rosto, por favor) e com um sorriso de meia boca e uma vaidade meio escondida, olhei para um vendedor ambulante que admirava a cena, perplexo, ao meu lado e disse: — Aí, maluco! Matei o Osama!

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