sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Por que cargas d'água?

Nem sou de dividir essas pequenas e inusitadas questões súbitas e passageiras aqui no blog ou em qualquer ambiente virtual ou real. Mas hoje fiquei incomodado com uma pergunta que nem sei como nem por que me veio à mente. A saber:

Por que cargas d'água as pessoas dizem "cargas d'água"?

Dei uma pesquisada. Podia ter só perguntado ao meu pai filólogo, mas o Google tem uma vantagem que torna inquestionável a sua primazia nessas demandas: se eu me cansar da explicação, é só eu parar de ler e partir pra outra, ou não.

Nem gostei de nenhuma explicação que encontrei, então vou contar do meu jeito simples e resumido que é assim:

"Carga d'água" (volume/massa de água) pode ser uma tempestade forte, grandes ondas no mar revolto, ou fortes correntezas, e na época em que a expressão surgiu (séc. XVI), admitia-se também, subentendido, em última instância, eventos ligados a monstros dos mares.

Às vezes uns portugas partiam para pescar na ilha da Madeira ou nos Açoures, mas por alguma "carga d'água" chegavam ao litoral da Galiza, do Marrocos, ou até de Guiné Bissau. Com muito mais freqüência se perdiam por ali mesmo e desembarcavam em alguma região de Portugal que nunca foi rota nem destino de navegação nenhuma, uns fins-de-mundo ruins de pesca, sem minérios, sem pimenta, sem nenhuma dessas coisas em que os portugueses se amarravam.

Os portugas locais sem nenhuma auto-estima, ansiosos por explicações, pois sabiam que jamais algum navegador ajuizado chegaria até ali propositalmente, somente por imprevistos climáticos (ou ataques de monstros), perguntavam-se:

"Por que cargas-d'água esses gajos vieram parar aqui?"

Compreendeu? Então tá!

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